Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2011

A paralisia do sono não mata

Não sei de onde surgiu a ideia de que a paralisia do sono mata, mas, seja qual for a sua origem, parece-me uma grande irresponsabilidade! Já basta a angústia inerente a esta condição, para as pessoas que sofrem dela, e por isso ideias fantasistas não são bem-vindas. Já discuti este assunto com vários especialistas do sono, biólogos e académicos, e todos eles me garantiram que a paralisia do sono é inofensiva, que nunca poderia provocar a morte de alguêm. A ideia de que a paralisia do sono mata surge, provavelmente, do medo irracional que caracterizam estes episódios, medo esse provocado pela intensa atividade das amígdalas cerebelosas - a parte do cérebro responsável pelas emoções primárias. Durante a paralisia do sono, o sistema nervoso autónomo regula a respiração e demais atividades biológicas primárias, nunca ocorrendo o risco de danos físicos, quanto mais de morte! Várias pessoas morrem durante o sono, mas daí a afirmar que o óbito é causado pela paralisia do sono é pura especul

Porque dormimos?

Imagem
Porque dormimos? É um dos grandes mistérios da biologia. Para os menos conhecedores de biologia, a resposta pode parecer fácil: dormimos porque ficamos cansados. Mas essa não é a resposta correta. O ficar cansado é o efeito e não a causa - se não dormirmos, o cérebro começa a desligar-se aos poucos, mas ainda ninguêm sabe qual a origem do ato de dormir em primeiro lugar. No entanto, muitos cientistas estão a dedicar a sua carreira a tentar solucionar esse mistério. Apesar de ainda não sabermos a resposta, sabemos que dormir parece ser um erro da natureza. Os organismos passam grande parte da sua vida a dormir, quando podiam utilizar esse tempo para procurar comida, lutar por mais territórios e parceiros sexuais. Para além disso, quando um animal dorme fica mais vulnerável a predadores; é exatamente por essa razão que nos refugiamos num lugar quando chega a altura de dormir e, em última análise, porque temos casas, tocas, ninhos e grutas. Para nós, seres humanos que dormimos em apart

Sabedoria Tibetana

Os monges tibetanos têm uma forma sublime de encarar a paralisia do sono: aceitar o sofrimento, a angústia, o misterioso e o problemático desses episódios, como um oceano que aceita as correntes conflituosas de um rio e permanece eternamente calmo. Eles não encaram o «prazer» e a «dor» como entidades separadas - como a civilização ocidental, infelizmente, faz -, mas como duas faces da mesma moeda. A moeda permanece sempre em rotação, no confronto inevitável das forças da vida, sendo impossível permanecer, para sempre, somente com uma das faces visíveis. Dito de outro modo: o sofrimento não é uma objeção à vida, é parte integrante da mesma! Segundo o Budismo, após a nossa morte enfrentamos demónios que tentam, de todas as formas possíveis, obter a nossa atenção para serem, por nós, encarados como reais. O morto não consegue distinguir entre a ilusão e a realidade, e por isso comete sempre o erro de tomar esses demónios - que são apenas ilusões - como entidades objetivas. Quando o faz,

Distúrbio da paralisia do sono

A paralisia do sono é um mecanismo neuro-fisiológico natural: ocorre com todas as pessoas, todas as vezes que dormem. O cérebro envia glicina que paralisa os músculos, no início do sono, de forma a evitar que o corpo atue fisicamente durante os sonhos; é um mecanismo de defesa natural, que ocorre também em outros mamíferos. Em rigor, a condição médica é o distúrbio, ou erro, deste mecanismo natural. O distúrbio da paralisia do sono acontece quando a paralisia dos músculos não surge após o adormecer ou antes do acordar; nesses casos, a pessoa ainda está acordada ou já acordou, mas a paralisia do sono está ativada. A causa do distúrbio pode ser patológica, genética ou estar associada a stress, depressão ou traumas recentes. A paralisia do sono, portanto, é normal. A anormalidade só existe quando esse mecanismo se ativa antes da pessoa adormecer por completo ou quando permanece ativado após a pessoa acordar.

Sistema nervoso autónomo

A função do sistema nervoso autónomo é a de controlar as atividades dos diferentes aparelhos do corpo, como o digestivo, o urinário e o circulatório. Para fazê-lo, transmite impulsos nervosos aos órgãos do corpo. Este sistema é caraterizado por ser involuntário (autónomo) e normalmente não dá origem a sensações. O sistema nervoso autónomo é formado por fibras nervosas e tem diferentes pontos de origem no sistema nervoso central. Divide-se em sistema simpático e sistema parassimpático, os quais trabalham de maneira antagónica: o primeiro estimula os órgãos e o segundo inibe-os. Este trabalho contraditório assegura o equilíbrio do organismo.

Sistema nervoso periférico

O sistema nervoso periférico é constituído pelo conjunto de nervos sensoriais que levam informação ao sistema nervoso central, quer este seja relativo ao interior quer ao exterior do corpo; e também pelos nervos motores que partem do sistema nervoso central e vão até aos diferentes órgãos do corpo para dar respostas aos estímulos recebidos. No sistema nervoso periférico distinguem-se 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos medulares. Esta rede de cordões nervosos ramifica-se por todas as partes do corpo.

Medula espinal

A medula espinal é o cordão nervoso que parte do encéfalo, desce pelo interior da coluna vertebral e chega até à segunda vértebra lombar. Daí segue-se um filamento longo e fibroso que tem o nome de filum terminale . Pela medula espinal sobem os impulsos nervosos do corpo até ao cérebro e descem as ordens que o cérebro envia a qualquer parte do corpo. Ao contrário do que ocorre no cérebro, aqui a substância cinzenta encontra-se na parte interna da medula e a substância branca na parte externa. Da parte detrás da coluna vertebral saem os nervos medulares. No total são 31 pares que ligam as diferentes regiões do organismo à medula e, portanto, ao sistema nervoso central. Cada nervo medular divide-se em duas raízes mesmo antes da sua união com a medula.

Encéfalo

O encéfalo é o centro que coordena todas as funções do organismo. É, portanto, onde se recolhem e se tornam conscientes os estímulos provenientes dos órgãos dos sentidos e das áreas motoras. Divide-se em três regiões: cérebro, cerebelo e tronco cerebral. A parte externa do cérebro, ou córtex cerebral, é formada por uma substância cinzenta, enquanto que a parte interna é formada por uma substância branca. A substância cinzenta do córtex cerebral coordena todas as funções do organismo e é o centro da inteligência, da vontade e da memória. O cerebelo regula os movimentos musculares e controla o equilíbrio do corpo. O tronco cerebral reúne todas as estruturas que há entre o cérebro e a medula espinal e regula as atividades vitais de tipo reflexo, como a respiratória, a circulatória ou a cardíaca.

O relógio biológico

O ser humano, à semelhança do resto dos seres vivos, passa por mudanças no seu comportamento e no seu estado fisiológico consequentes das variações periódicas do meio ambiente. Estas mudanças cíclicas recebem o nome de ritmos biológicos, ou de relógio biológico, e nelas intervém o sistema endócrino por meio das secreções hormonais da glândula pineal. Se os ritmos biológicos de uma pessoa não estiverem de acordo com o ritmo de vida que leva, surgem problemas orgânicos. Dois dos ritmos biológicos mais conhecidos são o ritmo circadiano e o ritmo sazonal.

Sistema nervoso central

Este sistema é formado pelo encéfalo e pela medula espinal, para além de possuir milhões de neurónios e células glias. O encéfalo e a medula espinal estão protegidos por um revestimento ósseo, que no caso do encéfalo é o crânio, e, no caso da medula é a coluna vertebral. Em segundo lugar, estão revestidos por três membranas que recebem o nome de meninges. Estão também envolvidos pelo líquido cefalorraquidiano, que flui no espaço existente entre as membranas das meninges e as cavidades encefálicas.

Neurónios

Os neurónios (ou células nervosas) são as unidades básicas do funcionamento do sistema nervoso. São formados por três partes: o corpo celular, que compreende um núcleo grande e esférico; as dendrites, que são umas ramificações cuja função principal é captar estímulos e transmiti-los ao corpo celular; e o axónio, uma parte alongada que tem como função principal enviar estímulos nervosos às dendrites dos neurónios que se encontram próximos. Os neurónios comunicam entre si graças à ligação que se estabelece entre os axónios de uns neurónios e as dentrites de outros, pelo que cada neurónio pode ser estimulado por milhares de neurónios e estimular outros ao mesmo tempo.

O tecido nervoso

O tecido nervoso é um tecido muito complexo que é formado por dois tipos de células, os neurónios e as glias. Os primeiros são as células nervosas principais e uma vez formados não variam, ou seja, se ficarem danificados, o organismo não os pode repor. A função dos neurónios é a de produzir e transmitir sinais do cérebro. As segundas, as glias, estão intercaladas com as primeiras e têm a função de proteger, isolar e alimentar os neurónios. A função do tecido nervoso é captar, através de recetores as mudanças tanto internas como externas que afetam o nosso organismo, e criar uma resposta.

O tecido muscular

As unidades básicas que constituem este tecido são as células musculares ou as fibras. O tecido muscular permite os movimentos das diferentes partes do corpo graças à contração e posterior distensão das células musculares. Estas células são formadas por uma membrana externa (ou sarcolema) e uma parte interna (ou sarcoplasma), que corresponde ao citoplasma celular. As fibras musculares são muito compridas, possuem muitos núcleos que partilham a mesma membrana externa, e têm no interior as fibrilas responsáveis pela contração. A força desenvolvida por um músculo contraído é determinada pela quantidade de fibras que se contraem e pela intensidade de contração de cada fibra ou grupo de fibras.

Melatonina

A melatonina é a hormona responsável pela regulação dos ritmos circadianos, isto é, pelo processo do sono. Os níveis de melatonina aumentam no organismo durante o estágio 1 do sono REM (cerca de 10 minutos após o início do sono), o que provoca o relaxamento (paralisia) dos músculos. A melatonina é sintetizada a partir da serotonina, sendo que esta última é a responsável pelo estado de humor, ou seja, níveis baixos de serotonina no organismo provocam depressão; é exatamente por esta razão que a depressão pode provocar o distúrbio da paralisia do sono: pouca serotonina equivale a pouca melatonina, o que equivale a distúrbios no processo do sono. A quantidade de melatonina no organismo tende a diminuir com a idade, e essa é a razão porque os idosos dormem menos que os jovens e adultos.

Terror na Noite

Imagem
Um dos relatos mais assustadores que já ouvi sobre a paralisia do sono foi o de uma norte-americana, que descreveu o que se passou num programa do Discovery Channel dedicado aos extraterrestres. Nos EUA é comum relatarem-se extraterrestres que "invadem" o quarto de vítimas indefesas durante a noite, e este foi um desses casos. A mulher estava na cama a ver televisão e acabou por adormecer, mas logo de seguida, e de repente, um extraterrestre entrou pelo quarto aos gritos, aos saltos e com as mãos na cabeça. Bem, a mulher disse que deu um grito estridente, e ficou surpreendida ao saber que estava paralisada na cama e que o seu companheiro, que estava mesmo ao seu lado, não acordou com os seus gritos nem com os do extraterrestre. Passados uns segundos, acordou e reparou que estava sentada na cama, com a televisão ligada, na exata posição em que tinha adormecido. O extraterrestre sumiu, como é óbvio, mas a mulher ficou sem perceber nada. Estes relatos são típicos nos EUA, da