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A mostrar mensagens de setembro, 2011

Relato de Gabriela Guedes

Acordei uma manhã destas e apercebi-me que tinha três criaturas estranhas aos pés da minha cama. Tentei fugir do quarto, mas algo me prendia à cama. Gritei pelo meu marido, mas ele continuava dormindo como se nada tivesse a ocorrer. O meu corpo vibrava e tinha zumbidos nas orelhas. As três criaturas aproximaram-se da cama e tentaram levantar-me, mas eu evitei ser puxada a todo o custo. Durante todo este tempo, eu gritava como uma louca, mas nem o meu marido nem os vizinhos vieram em meu socorro. Os três monstros foram em direção à porta do quarto, saíram e fecharam a porta atrás deles. Quando consegui finalmente ter o controlo do meu corpo, saí do quarto e fui procurá-los. Não encontrei nada e fiquei a duvidar da minha sanidade mental. Agora, que já conheço a paralisia do sono, estou mais descansada.

Superar o medo da paralisia do sono

Para alguém poder superar os seus medos, precisa de os afirmar e enfrentar. A paralisia do sono, apesar de ser terrível, é apenas um efeito dos mecanismos neuro-fisiológicos do ser humano, ou seja, é algo do corpo e só do corpo. Hipóteses que apresentam causas externas ao corpo, como a do espiritismo, são uma visão distorcida do conjunto de impulsos que governam o organismo; para superar um "desvio" do corpo não podemos enveredar por causas externas ao mesmo, pois aí surge a estagnação. Quando a paralisia do sono acontece, deve-se manter a calma e tomar as alucinações como manifestações do conjunto mente-corpo - e a mente é apenas um "órgão" do corpo, não algo externo ao mesmo. Os impulsos procuram sempre dominar os outros impulsos, e por isso a unidade é a chave para ultrapassar o medo da paralisia do sono; unidade entre mente e corpo, não fragmentação, permite uma leitura atenta destas experiências. Não tomar as alucinações como algo exterior - elas são fenómeno

Relato de Manuel Antão

A paralisia do sono tornou-se comum na minha vida após alguns problemas em 2003 que me provocaram bastante ansiedade. Até então nunca tinha passado por experiências estranhas durante o sono. A partir de 2003, a paralisia do sono acontece-me pelo menos umas cinco vezes por mês e já vi e ouvi, durante estes episódios, coisas muito estranhas. Vivo sozinho, mas já me aconteceu acordar paralisado e ouvir tachos a bater na minha cozinha e passos perto da porta do meu quarto. Quando me consigo mexer finalmente, saio do quarto, nos dias em que tenho coragem para isso, mas tudo está normal na casa. Há uns meses acordei e ouvi pessoas a conversar na minha sala, e pensei que eram ladrões, mas quando me tentei levantar algo me empurrava contra a cama. Cheguei a pensar que a minha casa está assombrada, mas estas coisas bizarras só acontecem quando acordo paralisado. Não sei se fico paralisado por causa das assombrações ou se é a paralisia que as provoca. Há umas semanas fui ao médico e ele rece

Relato de Marta Couto

Já tenho a paralisia do sono há muitos anos, mas lembro-me perfeitamente do pior episódio em 2006. Senti alguêm a agarrar o meu braço esquerdo e a puxar-me para fora da cama. Eu tentava pontapear o que estava a arrastar-me, mas só dava pontapés no ar. Olhei para trás e vi um vulto a sorrir para mim, e o mais estranho é que via atrás dele, por a minha janela, a claridade do dia, embora fosse noite ainda! Dei um grito e fiquei aterrorizada, enquanto aquela coisa me arrastava pelo quarto. De repente acordei na cama. Pareceu tão real, fiquei sem entender nada! Ainda hoje tenho dificuldade em ver o que se passou apenas como um sonho.